terça-feira, 21 de julho de 2009

O maestro e a bailarina


Hoje eu conheci uma linda história de amor, do Ted e da Joan! Um amor com um fim triste e que deixa saudades. Mas como disse, Antonio Pappano, amigo do casal, "estou tocado com o gesto dos dois, eles não podiam viver um sem o outro." E contra toda lógica, a partir dessa afirmação, o final parece fazer algum sentido.

Confira um trecho da reportagem da Revista Época:

Ted e Joan Downes foram um dos casais mais interessantes de Londres na vida e na morte. Eram casados fazia 54 anos. Ele tinha sido um menino prodígio do violino e iniciava uma carreira excepcional na música clássica que o levaria à condição de um dos maiores regentes de orquestra de sua geração em todo o mundo. Ela era uma bailarina, e depois abandonaria o palco para se dedicar à administração da carreira vitoriosa do marido.


No início deste ano, Joan, 74 anos, recebeu uma sentença fatal. Tinha câncer no pâncreas e no fígado, e lhe restava pouco e sofrido tempo de vida. Ted, aos 85 anos, tinha os problemas naturais da velhice: visão e audição reduzidas. Nos seus últimos anos de maestro, Ted conduzia os músicos de memória, uma vez que já não conseguia ler as partituras.


Algumas semanas atrás, o casal viajou para a Suíça não em busca de alento para os tempos duros do outono da vida ou coisa do gênero. Ted e Joan, acompanhados dos filhos, foram para a Suíça com um objetivo: morrer.


Um dos filhos do casal conta que eles tomaram um líquido transparente, deitaram de mãos dadas, adormeceram e em pouco tempo haviam morrido. Lembrei do poeta, explicando que era possível, de fato, alguém morrer de amor. Eles deixaram a vida, mas viverão para sempre juntos numa after life se assim permitirem os mistérios do Universo que nos rege.