sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O fabuloso universo cênico

Está rolando aqui na capital o 16° Porto Alegre em Cena! Dá vontade de acompanhar todos os espetáculos, porém antes mesmo de estrear, vários já estavam esgotados e como não é possível viver só de arte, tive que fazer escolhas. Por enquanto, acredito que acertei.

Eu e minha irmã, Amanda, que veio de Santa Maria, fomos ao Teatro do CIEE e para abrir a noite de segunda-feira tivemos uma surpresa, a apresentação de uma peça de dança: Colibris Dalí Daqui, foi inusitado e a performance repleta de impulsos vívidos.


Depois assistismos O silêncio dos Amantes, adaptação do livro de Lya Luft. Quatro monólogos que apresentam a impossibilidade de comunicação entre as pessoas, a dor que cada um traz consigo, as palavras não ditas numa convivência fugaz e num de repente os sentimentos reprimidos e esquecidos vêm à tona. O quarto monólogo, me levou as lágrimas. Uma mãe, contava a história de que enquanto alguns filhos queriam ser médicos, jogadores de futebol ou arquitetos, o menino dela queria ser pássaro. Ele queria voar, desejava alçar voo para ser livre.

- Mãe, você continua tão triste, mas eu ainda estou aqui. Parece que eu nem existo.
Respirei fundo. Ele tinha razão.
- Você é o meu filho que existe, é tudo que eu tenho, que seu pai e eu temos, e é bonito, e bom, e amigo. Mas o seu irmão morreu.
E quando eu disse "morreu" foi tão cruel como se só naquele momento eu estivesse enterrando o meu filho que fora embora tão misteriosamente.

Foi um espetáculo cheio de sutilezas que me fez pensar nos momentos que passam à nossa revelia e silenciosamente suplicam por um olhar mais atento.




Na terça, a Amanda foi ver Los siete gatitos, espetáculo do Uruguai. Eu fiquei só na vontade porque tinha aula. Ela adorou a peça e me contou o porquê do título. Tem esse nome pois uma gata grávida que morre num caso do enredo acaba parindo sete gatinhos vivos, mesmo morta! Num esforço extremo e inesperado da força da natureza, não é inspirador?


Quarta fomos conferir Tercer Cuerpo, espetáculo argentino. Eu não falo espanhol, mas é impressionante como em qualquer lugar do mundo a gente entende a linguagem corporal, interpreta um olhar ou uma expressão facial, se identifica com as emoções alheias. Eu confesso que perdi algumas piadas, mas fiquei extasiada com a intensidade do "encontro" olhos nos olhos do casal da peça, com a marca indelével de um tapa e comovida com a incandescência da presença de espírito dos personagens.



Seguimos na onda e aproveitamos para ver a Exposição Arte + Arte O Universo para descobrir, na Casa de Cultura Mário Quintana, a qual faz parte da celebração do Ano Internacional da Astronomia. Vale a pena conferir!


E hoje tem mais, apesar da chuva que voltou...

2 comentários:

Amanda disse...

É SEMPRE BOM SAIR DA ROTINA, CRIAR INSTANTES NOVOS. ENVOLVER-SE COM OUTRAS COISAS!
ADOREI A SEMANA QUE PASSEI AÍ!
BEIJOS

a_girl_feeling disse...

Foi totalmente demaaais!! (Na dúvida, volta!! :p) bjssss