domingo, 2 de setembro de 2012

A Gaivota

É um espetáculo emocionante, muito pela energia dos personagens, muito pelo texto entusiástico de Anton Tchekhov, um tanto pela criatividade da cenografia, e outro tanto pela estimulante sonoplastia.


"O meu pai e a mulher não querem nunca deixar-me vir. Dizem que há aqui um ambiente de boemia… Receiam que eu queira ser atriz. Mas eu estou sempre a desejar tanto, tanto, vir para a beira do lago… como se fosse uma gaivota. E o meu coração está tão cheio, tão cheio de si…"


"O céu, todo vermelho, a Lua começava a subir – eu a dar pressa ao cavalo, rápido,  muito rápido, o mais que podia".


"Sinto o coração desfeito. Ninguém, ninguém sabe o desespero em que eu estou. Estou apaixonada pelo Konstantin".


"Amo-o, amo-o ainda mais do que antes… Dá para um conto. Amo-o, amo-o apaixonadamente. Amo-o até ao desespero".


São tantos os desencontros amorosos, tantas as desilusões, o querer e a impossibilidade digladiando pelo mesmo espaço. O espectador se sente tão enfeitiçado por Nina, cheia de vida e apaixonada, querendo alçar voo como uma gaivota. Por outro lado, Masha tão deprimida, não passa despercebida com seu amor platônico por Konstantin. Assim, entre os demais personagens envoltos por seis mil girassóis, somos conduzidos pela indelével teia de conflitos existenciais de uma sociedade onde todos são vulneráveis.

Em cartaz, no Teatro Glaucio Gil até 01/10. Vale a pena conferir!

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