sexta-feira, 19 de abril de 2013

As coisas que fizemos e não fizemos

Depois de ter visto o espetáculo UmNenhumCemMil, da trilogia Pirandello que não dialogou comigo, embora sim boa interpretação de Cacá Carvalho, sim causa reflexão, mas não, essa Natalia não tem se questionado tanto, talvez por ter posto de lado a análise... sim ultimamente ela tem ido com a maré, logo não me tocou. E também depois de ter visto Perdoa-me por me traíres, encenado por atores não tão preparados para um Nelson, eis que surge algo pós-moderno e cheio de musicalidade para animar essa sexta.


Tudo começa na fila do teatro, na qual existe um público infantil/adolescente que não é comum, pelo menos não naquela proporção. Bom, não importa. Eu queria muito ver esse espetáculo, porque conta com a direção e atuação de Matheus Souza (texto também dele), que é o diretor de Apenas o fim, filme que amei. Também no elenco Gisele Batista, que eu simpatizo muito, um dos talentos de Clandestinos e recentemente mais conhecida por seu papel na novela das Empreguetes. Mas aquela movimentação toda era por conta da terceira integrante do elenco, Lua Blanco, que descobri ser uma das garotas que participou de Rebeldes, ao que me consta uma novela/seriado que tem milhares de fãs juvenis. E de fato quando a moça entrou no palco rolou uma comoção. Vi uma garotinha que verteu muitas lágrimas, emocionada ao ver sua "diva", mais ou menos o que acontecerá comigo se eu ver a Juliana Paes algum dia. Bom, não importa.

O que importa é que o espetáculo é leve e divertido e o texto é muito bom e pop! A peça é uma história de amor, que fala sobre separação, é também uma história de encontro com o outro e consigo mesmo. Fala ainda de um futuro, em que se poderá viver num sonho (irreal).

Tem uma cena, que achei fantástica e vou tentar transcrever:

Ele - Eu te amo. (em voz baixa)
Paula - O que?
Ele - Eu te odeio.
Paula - (poker face)
Ele - Eu te odeio, eu te odeio ao contrário.
Paula - O que significa "eu te odeio ao contrário?" (num misto de surpresa e dúvida)
Ele - Que eu te amo.
Paula - Ah você me ama, que legal! É legal, porque é bom ser amado. Tá eu tenho que ir...
Ele - Espera, você não me ama?
Paula - Ai não sei... como eu posso saber? Mas é assim, sabe quando você tá na rua no Rio de Janeiro? Naquele calor quase insuportável e daí você entra no shopping e ar condicionado?
Ele - Sim, você gosta de mim tanto quanto um choque térmico.

O final também é maravilhoso, mas vou deixar que seja surpresa! Em cartaz no Sesc Copacabana até 12/05.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ficção

Cinco monólogos do Cia de Teatro Hiato. A proposta desse processo de criação dos atores não é contar uma história real, mas uma história verdadeira. Não é necessariamente ser verdadeiro, mas ser de verdade. E por meio da ficção, em que intimidade e teatralidade se condensam, eles se desvelam e se expressam  despidos de máscaras, tão humanos, revelam-se frágeis. E é essa fragilidade que nos comove, o espectador é seduzido por diferentes níveis de percepção dos autorretratos revelados no palco. 


Luciana Paes [de barros]

Simplesmente fantástica e minha favorita dos cinco. Em um prólogo para outra atriz, ela questiona o processo criativo e introduz um projeto artístico inspirado em ninguém mais, ninguém menos que Frida Kahlo. Atuação excepcional!

Thiago [campos] Amaral

Igualmente maravilhoso e premiado. Através de uma história inventada, o ator fala de uma experiência pessoal dolorosa, o afastamento de seu pai. E por meio do espetáculo, ele busca um reencontro com o pai que não aceita o fato de Thiago "não querer ter filhos".

Maria Amélia [bethovem] Farah

Maria conta sobre as projeções que sua mãe fez para ela. E fala de todas as vezes em que matou sua mãe, por ir contra aos desejos dela e seguir suas próprias vontades. Nem sempre dançar conforme a música é jogo.

Aline [moreira] Filócomo

As Alines, tantas Alines dentro de uma só Aline. A irmã mais velha, a formada, a que ganha o mundo... o que dizer daquela que contém multidões? Ela disse: "por mais que eu repita, repita, repita, eu não consigo continuar sem a minha irmã mais nova. Eu não ousaria". E sua irmã entra em cena e as duas continuam juntas.

Fernanda Stefanski [bernardes]

Um papelzinho de bala voando pela janela e se perdendo na estrada, uma "mendiga" a espera do seu amor na estação de trem. Um tio que se "suicidou" em Maravilha - SC. Seus amores, o Daniel da escola que não a via e o Junior que a pediu em casamento e a feriu. O cheiro do vinho. "Fefura" maravilhosa!!

Curiosidades:
Todos eles ficam se não nus, seminus.
A consagrada Renata Sorrah e a talentosa Luana Martau estiveram na plateia prestigiando Luciana e Thiago.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Lágrimas de São Pedro

(...) Esperança em quê? Se São Pedro chorasse... e suas lágrimas molhassem o chão... e do chão brotassem as rosas... E do perfume exalasse esperança... E se São Pedro chorasse... E sobre nós desaguasse gotas de água... Que eu pudesse pegar com as mãos e brincar com elas... E me mergulhar e sonhar... E se eu chorasse junto?

Uma bela, bela, bela exposição do premiado Vinícius S.A.





Em cartaz até maio na Caixa Cultural. (Me desculpem pelas fotos de celular.)